ORADORES CONVIDADOS
A FINA Feira de Inovação e Negócios Azuis inclui um espaço de Congresso, no qual são realizadas apresentações por Expositores e por Oradores convidados, de reconhecido mérito.
As apresentações dos Oradores convidados focam diversos temas – todos relevantes e atuais – relacionados com a economia azul e o desenvolvimento sustentável e regenerativo.
Entre os temas abordados, destacam-se a partilha de conteúdos e de visão estratégica sobre investimento na economia azul, sustentabilidade, carbono azul, contabilidade ecológica, regeneração de ecossistemas, ESG, aquacultura, energia eólica offshore, turismo azul, soluções baseadas na natureza, entre outras.
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Guilherme de Lidon Guerra
Mestre em Desenvolvimento Internacional e Políticas Públicas pela Universidade Nova de Lisboa. A sua área de investigação centra-se no desenho de políticas integradas para o mar.
CONTABILIDADE ECOLÓGICA NA CONTA SATÉLITE DO MAR
Todos beneficiamos do ar que respiramos, da água que bebemos e da paisagem única da nossa costa, mas será que atribuímos um valor a todos estes serviços prestados pelos ecossistemas marinhos? Como interligar os ecossistemas e as atividades económicas? Destas interrogações surgirá uma conversa sobre a ponte entre economia e ecossistemas, a contabilidade ecológica. Mapear, medir e valorizar o capital natural marinho é o primeiro passo para o proteger e um desafio necessário para criar uma base para o desenho de políticas públicas eficazes, motores do desenvolvimento sustentável. Tendo as orientações globais da ONU como referência, iremos analisar a importância desta componente na futura Conta Satélite do Mar portuguesa.
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Álvaro Sardinha
Formador e consultor especialista em economia azul e desenvolvimento sustentável e regenerativo. É mestre em direito e economia do mar, fundador do C2EA e coordenador de pós-graduação de liderança em economia azul sustentável, colaborando regularmente em projetos de visibilidade internacional.
DISRUPÇÃO E INEVITABILIDADES NA ECONOMIA AZUL
A economia azul oferece gigantes desafios e infinitas oportunidades, numa época caracterizada por incertezas. Existem, porém, inevitabilidades seguras e transversais a todas as geografias – algumas tendências afirmam-se de tal forma potentes, que quase as conseguimos assumir como factos inevitáveis. Por outro lado, a economia azul encontra-se atualmente sujeita a mudanças disruptivas, que podem comprometer as melhores ideias e inviabilizar planos de negócios. A evolução meteórica da biotecnologia, contabilidade ecológica, produção alimentar, processos de fabrico e logística global, irá alterar as regras da economia que conhecemos.
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Fernando Momade
Quadro da Administração Pública de Moçambique, com 20+ anos de experiência. É também doutorando na NOVA FCT, investigando alternativas sustentáveis e participativas para reforçar a resiliência económica e cultural das comunidades costeiras, face à economia azul em Moçambique.
OPORTUNIDADES NA ECONOMIA AZUL EM MOÇAMBIQUE
A economia azul é vital para o desenvolvimento sustentável de Moçambique, dada a diversidade e riqueza dos seus recursos marinhos e costeiros. A apresentação irá focalizar as oportunidades estratégicas existentes na pesca e aquacultura; nas energias renováveis e indústria extrativa marinha; no transporte e infraestruturas; no capital natural, ambiente e economia circular; no turismo costeiro e marinho; na governação e capacitação, e no papel do Fundo de Desenvolvimento da Economia Azul. A Estratégia de Desenvolvimento da Economia Azul reforça a urgência de usar esses recursos de forma responsável, promovendo emprego, crescimento inclusivo e resiliência ecológica.
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Elisabete Matos
Professora Auxiliar na Egas Moniz School of Health & Science. Doutorada em Aquacultura e Licenciada em Biologia Marinha. Diretora de Inovação do Grupo Soja de Portugal (2014 a 2020) e Coordenadora do Laboratório Colaborativo B2E (2020 a 2023).
INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL NA AQUACULTURA
A aquacultura é estratégica para enfrentar os desafios da segurança alimentar e preservação dos recursos marinhos. O desenvolvimento de práticas e tecnologias inovadoras que conciliem produtividade, bem-estar animal e sustentabilidade ambiental é urgente e insere-se diretamente na agenda da economia azul, ao valorizar o uso responsável dos recursos aquáticos como motor de crescimento económico, emprego e inovação, sem comprometer a saúde do oceano. Iremos abordar o uso de novas tecnologias, a economia circular e a aquacultura multitrófica integrada, essenciais para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial os relacionados com vida na água (ODS 14), consumo e produção responsáveis (ODS 12) e inovação (ODS 9).
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Tânia Oliveira
Partner da Systemic, trabalha em sustentabilidade corporativa há mais de 20 anos, como consultora e mentora de equipas e projetos na área da sustentabilidade e da comunicação para a sustentabilidade. Foi Head of Member Relations no BCSD Portugal entre 2015 e 2020.
ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILIDADE E ESG PARA A ECONOMIA AZUL
A sustentabilidade é um fator estratégico fundamental para o desenvolvimento de uma economia azul em Portugal, que garanta a proteção dos ecossistemas marinhos e costeiros, enquanto impulsiona o crescimento económico. A colaboração entre organizações públicas e privadas, aliada a políticas públicas eficazes, é essencial para o sucesso desta transição. Serão exploradas as etapas para o desenvolvimento de estratégias de sustentabilidade e ESG, e exemplos de como a economia azul aliada à preservação do oceano e ecossistemas marinhos, pode ser mais resiliente, inovadora e inclusiva.
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Nuno Gaspar de Oliveira
Ecólogo e docente em economia natural. Fundador da NBI, especialista em estratégias Nature Positive para empresas e municípios e metodologias de avaliação e valoração de biodiversidade e serviços dos ecossistemas, incluindo carbono e Natureza.
CARBONO AZUL E ADICIONALIDADE ECOLÓGICA
Perante as crises gémeas do clima e da biodiversidade, torna-se urgente integrar a Natureza na lógica económica. O carbono azul, associado a ecossistemas marinhos e costeiros, pode ser uma das alavancas mais promissoras — desde que assegure adicionalidade ecológica e gere valor real para o capital natural. Esta intervenção explora como estratégias nature positive e metodologias de valoração de biodiversidade e serviços dos ecossistemas — incluindo o azul — podem traduzir funções ecológicas em impacto, confiança e novos mercados regenerativos.
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Tiago Morais
Licenciado e Mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. Tem mais de 19 anos de experiência, na gestão e desenvolvimento de projetos de energias renováveis offshore, com trabalhos publicados em documentos estratégicos e revistas científicas de elevado valor de impacto.
ENERGIA EÓLICA OFFSHORE FLUTUANTE EM PORTUGAL
A energia eólica offshore flutuante é um setor emergente da economia azul e um dos temas estruturantes da atual política energética. Com vasto potencial eólico no mar, Portugal pretende potenciar a sua vasta área marítima para a produção de energia renovável, atrair investimento e fomentar o desenvolvimento da indústria. Até 2030, prevê-se instalar 2 GW através de leilões de capacidade. O primeiro leilão para projetos eólicos offshore está em preparação. A IberBlue Wind, joint venture especializada em parques eólicos offshore flutuantes, pretende contribuir para posicionar Portugal na vanguarda da transição energética.
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António Silva
Licenciado em Engenharia de Produção Mecânica e Mestre em Engenharia de Produção. Desempenha as funções de Diretor Geral/ Country Manager na TÜV Rheinland Portugal. Em paralelo, é docente na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, nas cadeiras de Gestão da Qualidade e Gestão Ambiental.
CERTIFICAÇÃO BLUE ECO-HOTEL PARA O TURISMO AZUL
A certificação BLUE ECO-HOTEL aplica-se em diferentes atividades do turismo azul, proporcionando aos prestadores de serviço de alojamento e outros relacionados com a economia azul, a oportunidade de demonstrar a sua conformidade ambiental e, ao mesmo tempo, reduzir os seus custos operacionais através da conservação de recursos valiosos. A certificação BLUE ECO-HOTEL tem por base as normas ISO 14001, ISO 14064 e ISO 50001, seguindo o conceito dos 3R – Reutilizar, Reduzir e Reciclar – com base na circularidade da economia. A eficiência energética e a utilização eficiente de água, são dois pilares estruturantes da certificação.